Ainda faltava algumas horas para o sol se abrir no horizonte e inundar toda a cidade. Lilith estava cansada, naquela noite não tinha se alimentado direito e sentia cansaço, seu desejo era um só: queria chegar no seu quarto e dormir. Ao mesmo tempo que se esgueira pela noite lembra de tudo pelo que passara nesta noite, da freira e dos homens, não se sentia culpada pelo que fez, muito pelo contrário se sentia limpa e leve como se estivesse feito um bem para todos. Atravessa o parque da cidade, depois do parque vinha a mata nativa e ainda tem que transpor um morro, de onde já se via o Castelete, tinha este nome por lembrar um castelo. Na verdade era uma grande mansão com varias janelas enormes protegidas com placas de aço que eram abertas somente a noite para não haver intrometidos. Lili entra pela porta da frente, no hall e entrada olha para cima vê Cláudio.
Cláudio é charmoso e Lilith nutre fortes sentimentos por ele mas sempre achou melhor guardar pra si mesma. Mesmo porque o coração do rapaz era de outra. Apesar de agora ser um vampiro ainda ama uma humana. E como todo vampiro jovem tinha sentimentos contraditórios: amor, raiva e ódio misturado a remorso e lágrimas.
Lili achava melhor esperar tudo isso passar tinha paciência talvez 50 ou 60 anos. Quem vai saber não é? Afinal tempo era o que ambos tinha de sobra, são vampiros e eternos. Por fim ela o cumprimentou:
_Olá Cláudio. Como está meu querido? Com um pulo chega até aonde ele está e o fita nos olhos. A lua ainda brilha poderosa, deixando-o ainda mais belo, ela não diz nada só o observa em sua melancolia, pois palavras não irão consolá-lo.
Cláudio tem olhos negros brilhantes. Ela o olha com carinho, considerava seu melhor amigo, talvez o único que a compreendia. “Um dia essa mulher morre e talvez ele olhe para mim”, pensava.
No salão principal, Esteban aparece ao longe e esbraveja. Ele era o braço direito de Arnmam, o senhor dos vampiros, e se achava no direito de fazer ou falar qualquer coisa, já que Arnman ficava trancado em seu quarto quase todas as noites e tinha Lilith como sua noiva uma forma conveniente de tentar manter o poder em suas mãos.
_Olá boneca? Não acha que me deve explicações? – diz nervoso e segurando-a pelo braço. Esteban fita Lili com desapontamento, Lili o olha com cinismo.
_Não...acho não! Não devo explicações a ninguém... nem a você e nem a ninguém, seu imbecil.
Ela se solta de sua mão e segue para seu quarto. Esteban detesta ser contrariado, a empurra pressionando-a na parede, Esteban é maior e mais forte que ela e seus lábios quase tocam os lábios dela, mas essa não é uma cena romântica. Muito pelo contrário os olhos dele estão a fitando diretamente os dela e os outros vampiros que dali pararam seus afazeres inúteis para olhar.
Cláudio se movimenta para tentar defende-la, Suelen uma das consortes de Arnman, o segura pelo braço:
_Você não vai até lá. Vai sobrar pra você ainda! Não seja estúpido! – sussurra ela no ouvido de Cláudio.
Esteban diz pra Lilith:
_Você é minha. Você me pertence e da próxima vez que sair sem minha permissão vai acabar como sua mãe. Entendeu?
_E você não é ninguém. Me solte você é só mais um capacho do meu pai. Só mais, um merda um grande nada! Você é um sujo e não abra a boca pra falar da minha mãe! – Irritada Lili se solta e vai para seu quarto, fechando a porta com violência.
[Continua]